domingo, 3 de junho de 2012

Violência nas escolas públicas


Falta segurança nas escolas públicas

Após o massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, voltou-se a discutir a questão da segurança nos colégios públicos. A equipe do Diário visitou instituições municipais e estaduais da região e a situação encontrada é preocupante.
Em dois dias, foram visitadas 21 escolas. Em oito delas, foi possível circular livremente; a presença da equipe do Diário só foi notada quando as repórteres finalmente se identificaram.
Falta de fiscalização nos horários de entrada e saída, pouca vigilância dentro e fora das instituições e livre acesso aos corredores foram as principais falhas observadas.
Nos demais colégios, as repórteres conseguiram chegar somente até as secretarias, já que funcionários barraram o acesso.
Em São Bernardo, na E.E. João Ramalho, foi possível caminhar calmamente sem ser notado e ainda se misturar aos alunos durante o horário de entrada.
Na Escola Municipal Santo Dias da Silva, em Diadema, o portão permanece fechado, mas isso não impede que estranhos consigam passear pelos corredores que levam às salas de aula. O funcionário da portaria indica o caminho da secretaria, mas não acompanha a pessoa, que pode andar por onde quiser.
Em Santo André, a segurança foi driblada em três colégios. Na E.E. Antônio Campos Gonçalves a desatenção é tamanha a ponto de a repórter conseguir entrar na instituição sem ser percebida, passando atrás do funcionário que deveria vigiar o portão, mas na ocasião estava conversando.
(***)
Funcionários melhor capacitados, policiais fixos na porta das escolas, detectores de metais. Qual a medida mais eficiente para garantir que alunos estudem em ambiente seguro?
Para o analista criminal e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Guaracy Mingardi, é necessário que o poder público trabalhe com vigilância eficiente e garanta ronda escolar ágil para trazer a segurança de volta às escolas.
"Além disso, o tempo de resposta da polícia em casos como o do Rio deve ser rápido", comparou Mingardi. O especialista explica que o bairro onde o colégio está localizado pode determinar o risco a que essas instituições estão expostas. Quanto mais violenta a área, mas vulnerável será a escola.
Ainda segundo o analista criminal, a presença de policiais armados na porta das escolas não é a melhor opção. "Isso gera um ambiente opressivo. Adolescentes não gostam de farda e, nesse caso, se criaria uma margem de conflito."

Fonte: http://www.abseg.com.br/abseg/home/651-falta-seguranca-nas-escolas-publicas-.html

Texto II
Os detectores
A implantação de detectores de metal nas escolas públicas é uma discussão antiga e polêmica. De autoria do deputado estadual Jorge Caruso (PMDB), o projeto de lei 0325/1999 já espera há uma década para ser votado e prevê tanto a instalação dos detectores na entrada de todos os colégios estaduais, assim como a obrigatoriedade do uso do uniforme para os alunos e da identificação para os professores e funcionários.
Segundo Caruso, o projeto surgiu como forma de evitar que os estudantes levassem armas para dentro das instituições, mas a ideia não foi bem aceita pela Secretaria de Educação na época. "Eles entenderam que a instalação dos detectores de metais tratava-se de medida muito radical e que não resolveria o problema", explica. "Realmente acho que a ação não resultaria no fim da violência, mas inibiria a ação das pessoas má intencionadas, dificultando assim seu acesso."
Questionado sobre se a possível implantação da lei causaria constrangimento aos alunos assim como acontece com frequência em bancos, o deputado é categórico: "Acho que isso não tem nada a ver. Os equipamentos se proliferaram e estão por toda a parte. Eles podem, sim, causar constrangimento para as pessoas más intencionadas."

Fonte: http://www.abseg.com.br/abseg/home/651-falta-seguranca-nas-escolas-publicas-.html

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