quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Resenha critica

A resenha critica é um gênero textual que surge a partir do texto argumentativo. Tem por objetivo desenvolver criticas objetivas sobre livros, shows, filmes, series, peças, produtos de mercado. Sua estrutura segue a organização de idéias de um texto argumentativo em geral; a não ser pela perspectiva de resumo que norteia o primeiro ou segundo paragrafo. Veja exemplo de Resenhas criticas sobre o livro Irmão Negro de Walcyr Carrasco:


Texto 1

É proibido

Mesmo sendo proibido, o racismo ainda existe no Brasil. Vários negros são discriminados diariamente. Diversas ações comprovam a discriminação contra eles, como, por exemplo, o termo “mulato” que vem da palavra mula, usado constantemente para fazer referências a pessoas negras. Por conta de tanta discriminação, o racismo é tema de vários livros, como “Irmão Negro” do autor Walcyr Carrasco.
O Livro “Irmão Negro” conta a história de um garoto loiro, claro e de olhos azuis, apelidado de Léo, o qual sempre quis ter um irmão, mas sua mãe não podia ter mais filho. Um dia, a mãe dele recebeu uma carta comunicando que sua tia que morava na Bahia, faleceu, e, seu filho, Sergio, estava sozinho nas ruas. Por isso, seus pais resolveram adotar o menino. Sergio era negro e Léo começou a notar o quanto as pessoas são preconceituosas. Assim, Léo e Sergio começaram a enfrentar o preconceito.
Este livro é interessante, pois critica a sociedade, mostrando como realmente são as pessoas, as quais fingem não serem preconceituosas, mas demonstram o preconceito com ações e uso de termos que menosprezam os negros. O livro também critica crimes feitos contra os pobres e atrocidades cometidas pela sociedade sem que haja uma punição, pois muitos desses crimes são cometidos por pessoas de alto poder aquisitivo.
“Irmão Negro” é um ótimo livro. Ele mostra a realidade podre da sociedade que é omissa diante de grandes crimes e de pequenas ações cometidas por todos, até por crianças, as quais são na maioria das vezes contra o negro. Aborda também as diferenças sociais.
Este livro deve ser lido por todas as pessoas, visto que faz uma reflexão sobre o valor de cada ser, independente de cor ou de classe social. Mesmo porque, muitas pessoas têm pele clara, mas são mestiças, principalmente aqui no Brasil que a população é formada a partir da mistura entre raças diversas. O livro é um incentivo para que as pessoas se conscientizem de que todos são iguais, diferente do que se pensava antigamente, e lutem contra qualquer tipo de discriminação em relação a qualquer ser humano, pois ninguém é inferior ao outro.

Por Yan

segunda-feira, 29 de março de 2010

Cartaz de camapnha publicitária

O texto de campanha publicitária (cartaz) não tem uma estrutura definida quato à apresentação visual. O que podemos dizer através de observações mais cuidadosas é que o cartaz de campanha publicitária:
  • se utiliza sempre de linguagem verbal e não verbal (ambos mantendo uma relção de coerência entre si);
  • apresenta uma chamada (título) que deve ser chamativa, tanto quanto à criatividade quanto à formatação e disposição;
  • apresenta texto que deve ter teor argumentativo/ persuasivo ou imperativo(orientações para atitudes mais conscientes ante a sociedade);
  • deve apresentar os patrocinadores ou entidade responsável pela campanha .

domingo, 21 de março de 2010

A carta pessoal

Escrevemos uma carta pessoal quando queremos nos comunicar com alguém próximo de nós, como amigos ou familiares.

As características desse tipo de gênero textual são simples, ou seja, não possuem muitas regras e estrutura para serem seguidas. Vejamos:

• O assunto é livre, geralmente de ordem íntima, sentimental.

• O tamanho varia entre médio e grande. Quando é pequeno, é considerado bilhete e não carta.

• O tipo de linguagem acompanhará o grau de intimidade entre remetente e destinatário.
Portanto, cabe ao escritor saber se pode usar termos coloquiais ou mesmo gírias.

• Quanto à estrutura, a carta pessoal deve seguir a sequência: 1. local e data escritos à esquerda, 2. vocativo, 3. corpo do texto e 4. despedida e assinatura.

Como o grau de intimidade é variável, o vocativo, por conseqüência, também: Minha querida, Amado meu, Querido Amigo Fulano, Fulaninho, Caro Senhor, Estimado cliente, etc. A pontuação após o vocativo pode ser vírgula ou dois-pontos.

Assim também é em relação à despedida, a qual pode variar entre Atenciosamente, Cordialmente, etc. até Adeus, Saudades, Até em breve, etc.
Quanto à assinatura, pode ser desde só o primeiro nome até o apelido, dependendo da situação.

Caso se esqueça de dizer algo importante e já tenha finalizado a carta é só acrescentar a abreviação latina P.S (post scriptum) ou Obs. (observação).
A carta pessoal geralmente é entregue em mãos ou enviada pelo correio, pois é manuscrita!

Curiosidade sobre P.S: essa sigla é originada do verbo latino “post scribere” que significa “escrever depois”!



Abaixo seguem três exemplos de cartas pessoais. Observe suas estruturas, linguagens e assuntos:

Texto 01

Salvador, 30 de abril de 2009

Querida avó,
Então tudo bem? As férias estão correndo bem e nós estamos encantadas com este lugar: a praia é ótima, o tempo está muito bom, por isso passamos o tempo todo na água.
Eu e Cristina estamos esperando a senhora, lembre-se que prometeu vir aqui no próximo fim de semana. Já estou vendo os dias maravilhosos que vamos passar todos juntos. Tenho saudades das histórias do vovô!
Com a senhora, a praia ainda vai ficar mais bonita, vai ser bom estar em sua companhia. Ah, vovó, mal posso esperar para comer a tua comidinha boa.
Esperamos ansiosamente a sua chegada. Temos muitas saudades!

Um grande beijo,

Sara


Texto 02

Goiânia, 31 de julho de 2009

Querido amigo James
Gostaria de dizer-lhe que estou com muitas saudades, e não vejo a hora de estarmos juntos outra vez!
Por aqui estamos todos bem, somente a saudade que nos incomoda. Mas estamos nos preparando para a grande viagem até sua casa.
Já fiz vários planos para aproveitarmos muito estas férias.

Um forte abraço

Carolina





Texto 03

Rio de Janeiro, 20 de novembro de 1904

Meu caro Nabuco,
Tão longe, e em outro meio, chegou-lhe a notícia da minha grande desgraça, e você expressou a sua simpatia por um telegrama. A única palavra com que lhe agradeci é a mesma que ora lhe mando, não sabendo outra que possa dizer tudo o que sinto e me acabrunha. Foi-se a melhor parte da minha vida e aqui estou só no mundo. Note que a solidão não me é enfadonha, antes me é grata, porque é um modo de viver com ela, ouvi-la, assistir aos mil cuidados que essa companheira de 35 anos de casados tinha comigo; mas não há imaginação que não acorde, e a vigília aumenta a falta da pessoa amada. Éramos velhos, e eu contava morrer antes dela, o que seria um grande favor; primeiro, porque não acharia a ninguém que melhor me ajudasse a morrer; segundo, porque ela deixa alguns parentes que a consolariam das saudades, e eu não tenho nenhum. Os meus são os amigos, e verdadeiramente são os melhores; mas a vida os dispersa, no espaço, nas preocupações do espírito e na própria carreira que a cada um cabe. Aqui fico, por ora na mesma casa, no mesmo aposento, com os mesmos adornos seus. Tudo me lembra a minha meiga Carolina.
Como estou à beira do eterno aposento, não gastarei muito tempo em recordá-la.
Irei vê-la, ela me esperará.
Não posso, caro amigo, responder agora à sua carta de 8 de outubro; recebi-a dias depois do falecimento de minha mulher, e você compreende que apenas posso falar deste fundo golpe.
Até outra e breve; então lhe direi o que convém ao assunto daquela carta que, pelo afeto e sinceridade, chegou à hora dos melhores remédios. Aceite este abraço do triste amigo velho

Machado de Assis

A receita poética

Por Fabio Cruz

A receita poética não é propriamente um gênero textual, mas um estilo de escrever poesia. A fusão desses dois gêneros textuais confere ao poema grande riqueza textual, a partir do momento em que as possibilidades de ideias se findem e aumentam os horizontes de abrangências do poeta. Poetas como o consagrado Drummond e a poetisa contemporânea Roseana Murray, já provaram dessa fusão, e nos deleitaram com belos poemas:


Receita de ano novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

(Carlos Drummond de Andrade)


Receita de olhar

Nas primeiras horas da manhã
desamarre o olhar
deixe que se derrame

sobre todas as coisas belas
o mundo é sempre novo
e a terra dança e acorda
em acordes de sol

faça do seu olhar imensa caravela

(Roseana Murray)