Numa
sociedade futurista que é subdividida em cinco facções, cada uma com suas
próprias características e objetivos, conhecemos Beatrice Prior. Insatisfeita
com o modo de vida que leva em sua atual facção, Beatrice toma uma importante e
perigosa decisão na cerimônia que define qual facção os jovens escolherão para
passar o resto da vida assim que completam os 16 anos. Dentre esses conflitos,
Beatrice acaba descobrindo algo que a torna totalmente diferente de qualquer
pessoa que ela conheça; algo que a dá poder e capacidade de fazer o que para
muitos parece impossível. Mas com o poder, vem o perigo. Mesmo sem saber o
significado deste perigo e sem fazer ideia do risco que passa, Beatrice mantém
o segredo de todos que ela conhece para proteger a si mesma. Logo suas ações,
sejam conscientes ou inconscientes, geram desconfiança em pessoas extremamente
poderosas que estão decididas a por um fim na vida da adolescente. Mas que
segredo é este? Porque ele é tão perigoso? Porque uma simples jovem de 16 anos
atrairia pessoas tão importantes a ponto de quererem tirar sua vida?
Divergente não é um livro ruim. É claramente
uma tentativa de embarcar na onda de Jogos Vorazes, com um cenário distópico e
um romance misterioso, utilizando-se de conflitos políticos como background.
Beatrice até consegue atrair o leitor para mais perto da história, mas o enredo
é lento e fraco, e a maioria dos personagens que morrem se vão antes de
conseguirem criar um laço afetivo necessário para criar o choque.
As revelações que supostamente seriam pra
surpreender, pouquíssimas vezes criam algum impacto. Muita coisa é previsível,
ou simplesmente já estava intrínseca nas páginas e você sente como se não
precisasse que aquilo fosse dito para que você soubesse.
O romance, porém, tem um ponto positivo. Quatro, o
protagonista, não falha em passar para o leitor sua personalidade rígida que
deve ao cargo superior que ele tem na facção, e não parece forçado quando o
mesmo começa a “amolecer” seu coração; ou, melhor dizendo, mostrar quem
realmente é.
Outra coisa que eu achei legal e bem construída foi
a determinação de Beatrice. A garota é esperta, corajosa e um tanto destemida.
Sempre se esforçando pra manter seus segredos, até mesmo de seus melhores
amigos, nunca esquecendo o perigo iminente ao qual ela está vulnerável.
Tenho visto muita, mas muita gente elogiar
Divergente, mas eu realmente não vi nada demais no livro que é o início de uma
trilogia. Na verdade fui convencido a ler, acreditando que o livro seria melhor
que Jogos Vorazes, o que, querendo ou não, cria uma expectativa um tanto grande
(Quem leu Hunger Games deve imaginar).
As primeiras 400 páginas do livro prendem-se a
criar tensões que quando chega ao objetivo principal, que é surpreender, acaba
falhando. Pouquíssimas vezes Divergente conseguiu tirar um “oh my
fucking god” da minha boca, ou me fez querer passar uma noite inteira
lendo. Enfim, Divergente é um chove mas não molha que, pelo menos por esse
primeiro livro, fez muito burburinho por pouco entretenimento.
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