sábado, 2 de novembro de 2013
CRÍTICA APONTAMENTO/ CRÍTICA A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS
Resenha crítica com utilização de 1ª e 2ª pessoa
A resenha
crítica literária é um tipo de texto que não precisa necessariamente estar
preso a moldes predeterminados (salvo o caso da resenha acadêmica); como
podemos ver em jornais e revistas, a crítica, muitas vezes tem uma estrutura
livre. Porém, dentro desta liberdade, é fundamental que, ao longo do texto, as
ideias estejam bem concatenadas, bem seqüenciadas, tornando o corpo do texto
conciso, claro, objetivo e coerente. Ainda é importante que durante o
desenvolvimento do texto, fique claro para o leitor o conteúdo doa obra
analisada e as criticas feitas. Dentro desse contexto, é possível utilizar 1ª e
2ª pessoas; claro que de forma comedida e sem repetições desnecessárias.
Construções do tipo “na minha opinião”, “acredito que”, “para mim”, de forma
seqüenciada, constituem uma repetição desnecessária do uso da 1ª pessoa. Da
mesma forma que usar verbos no imperativo, seguidos do pronome “você” também é
repetição sem necessidade. Portanto, uma crítica pode ser feira dentro de uma
estrutura menos rígidas; porém não se pode esquecer de manter uma seqüência
lógica e bem agrupada de ideias/críticas.
Crítica
Literária: A Menina que Roubava Livros – Markus Zusak
Desde pequenos aprendemos a
ouvir histórias e estórias. Das mais variadas, sejam elas folclóricas ou
cotidianas. Quando crianças, quantos de nós não sentamos no tapete da casa da
vó para que ela pudesse encher nossas mentes com contos e bobageiras? Quando
crescemos ainda gostamos de ouvir os causos e ainda gostamos de contar causos…
o que não não significa que saibamos contá-los. A habilidade de contar vem a
poucos e poucas. Então, que tal ouvirmos uma história contada pela provável
melhor contadora que existe? Que tal ouvir uma história contada pela Morte?
E é assim que temos o livro de
Markus Zusak, um amontoado de palavras que te seguram como algemas e resistem a
lhe soltar, mesmo quando a leitura acaba. O autor conta sobre Liesel Meminger,
nascida pouco antes da Segunda Guerra Mundial, e que passará por tempos
conturbados durante sua vida. Tudo começa com um trem…
Eu diria em nota pessoal que os
trens estão sempre presentes quando pensamos em guerras passadas na Europa.
Lembramos das cenas dos filmes que vimos, com trens cheios de soldados sendo
levados a campos de batalha. Lembramos dos nazistas levando judeus a campos de
concentração. Lembramos do som da máquina e da neve… sentimos frio. É nesse
clima bucólico em meio ao desespero que começa a história de Liesel. Que há
poucos momentos olhou às pupilas mortas do irmão e às pupilas vazias de
sua mãe.
Zusak, ou a Morte, no caso do
livro, usa o poder das palavras. Lendo “A Menina que Roubava Livros” você
passará a dar mais importância às palavras. Definitivamente. Assim como a
menina, que começa sua vida de ladra ainda muito criança, após o enterro do
irmão, quando o primeiro livro “pede” para que ela o leve. Ela se sente
embriagada pelas palavras, necessitada. Na verdade, na época ela ainda não
sabia ler. Mas mesmo assim, ela sente a cleptomania súbita a invadir, que a faz
retirar aquele livrinho da neve. Que a fez escondê-lo. E que a fez uma amante
de palavras…
A menina está, no momento em
que o irmão falece, sendo levada para uma família de criação na rua Himmel, uma
área pobre na cidade de Molching. Lá ela conhece seus pais adotivos: Hans e
Rosa Hubermann. O homem de olhos de prata e a dona de casa rabugenta. Desde o
início da história a Morte ressalta as cores. E os olhos de prata de Hans
não vão sair de sua mente, caro leitor, não pelo menos antes da primeira semana
após o fim da leitura. Ele possui os olhos de afago que
todos gostaríamos de ter, assim como o coração nobre e sagaz.
Rosa. A dona de casa, senhora
mamãe de criação de Liesel, a gorda de cabelos de vassoura. A arrogante. O
primeiro sentimento que Rosa nos desperta é a raiva. Não há como gostar de
alguém tão prepotente, que fala tanto e que age como uma saumensch (palavra
bem utilizada no livro). Mas aos poucos ela vem ganhando sua admiração. E, após
alguns capítulos, Rosa passa a não ser somente a mais odiada… ela passa a ser
levemente aclamada e de certa forma adorada. Sim, uma saumensch adorada. Quem
mais faria por um “criminoso” o que Rosa fez? Aliás, quem mais faria por um
“criminoso” o que Rosa, Liesel e Hans fizeram?
(***)
“A Menina que Roubava Livros” é
aquele livro que te prende, sim. E é também aquele livro que te faz odiar o
autor, por ser tão cruél. É aquele livro que te faz pensar no quão injusta é a
vida e em como devem ter sido difíceis os tempos de guerra. A menina que
roubava livros, a sacudidora de palavras, a Liesel Meminger. Você se emocionará
com a história dessa menina… Os últimos capítulos vão chegando e seu coração
padece a cada palavra lida. A cada segundo gasto… A história de Liesel é um
conto que merece ser lido. Então, como a frase que é slogan do
livro diz: “quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler.” Leia.
Vale o tempo gasto.
CRÍTICA II DO LIVRO "DIVERGENTE"
Numa
sociedade futurista que é subdividida em cinco facções, cada uma com suas
próprias características e objetivos, conhecemos Beatrice Prior. Insatisfeita
com o modo de vida que leva em sua atual facção, Beatrice toma uma importante e
perigosa decisão na cerimônia que define qual facção os jovens escolherão para
passar o resto da vida assim que completam os 16 anos. Dentre esses conflitos,
Beatrice acaba descobrindo algo que a torna totalmente diferente de qualquer
pessoa que ela conheça; algo que a dá poder e capacidade de fazer o que para
muitos parece impossível. Mas com o poder, vem o perigo. Mesmo sem saber o
significado deste perigo e sem fazer ideia do risco que passa, Beatrice mantém
o segredo de todos que ela conhece para proteger a si mesma. Logo suas ações,
sejam conscientes ou inconscientes, geram desconfiança em pessoas extremamente
poderosas que estão decididas a por um fim na vida da adolescente. Mas que
segredo é este? Porque ele é tão perigoso? Porque uma simples jovem de 16 anos
atrairia pessoas tão importantes a ponto de quererem tirar sua vida?
Divergente não é um livro ruim. É claramente
uma tentativa de embarcar na onda de Jogos Vorazes, com um cenário distópico e
um romance misterioso, utilizando-se de conflitos políticos como background.
Beatrice até consegue atrair o leitor para mais perto da história, mas o enredo
é lento e fraco, e a maioria dos personagens que morrem se vão antes de
conseguirem criar um laço afetivo necessário para criar o choque.
As revelações que supostamente seriam pra
surpreender, pouquíssimas vezes criam algum impacto. Muita coisa é previsível,
ou simplesmente já estava intrínseca nas páginas e você sente como se não
precisasse que aquilo fosse dito para que você soubesse.
O romance, porém, tem um ponto positivo. Quatro, o
protagonista, não falha em passar para o leitor sua personalidade rígida que
deve ao cargo superior que ele tem na facção, e não parece forçado quando o
mesmo começa a “amolecer” seu coração; ou, melhor dizendo, mostrar quem
realmente é.
Outra coisa que eu achei legal e bem construída foi
a determinação de Beatrice. A garota é esperta, corajosa e um tanto destemida.
Sempre se esforçando pra manter seus segredos, até mesmo de seus melhores
amigos, nunca esquecendo o perigo iminente ao qual ela está vulnerável.
Tenho visto muita, mas muita gente elogiar
Divergente, mas eu realmente não vi nada demais no livro que é o início de uma
trilogia. Na verdade fui convencido a ler, acreditando que o livro seria melhor
que Jogos Vorazes, o que, querendo ou não, cria uma expectativa um tanto grande
(Quem leu Hunger Games deve imaginar).
As primeiras 400 páginas do livro prendem-se a
criar tensões que quando chega ao objetivo principal, que é surpreender, acaba
falhando. Pouquíssimas vezes Divergente conseguiu tirar um “oh my
fucking god” da minha boca, ou me fez querer passar uma noite inteira
lendo. Enfim, Divergente é um chove mas não molha que, pelo menos por esse
primeiro livro, fez muito burburinho por pouco entretenimento.
CRÍTICA DO LIVRO "DIVERGENTE"
DIVERGENTE
Na Chicago
distópica de Beatrice Prior, a sociedade está dividida em cinco faCções, cada
uma delas destinada a cultivar uma virtude específica: Cândidos (a
sinceridade), Abnegados (o altruísmo), Intrépidos (a coragem), Cordiais (a
amizade) e Eruditos (a inteligência). Numa cerimônia anual, todos os jovens de
16 anos devem decidir a facção a que irão pertencer para o resto das suas
vidas. Para Beatrice, a escolha é entre ficar com a sua família... e ser quem
realmente é. A sua decisão irá surpreender todos, inclusive a própria jovem.
Divergente é uma narrativa
extremamente emotiva, diferente, inovadora, espontânea, que retrata o lado mais
negro e escuso de uma possível sociedade onde todos devem ser perfeitos, onde
todos trabalhem para o bem comum sem olhar para o certo ou o errado, onde tudo
é controlado e monitorizado, onde a vida e a morte seguem o seu rumo sem
hesitações.
Com uma escrita intensa,
simples, clara e fluída que não deixa margem para pontos mortos na ação e que
empresta à narrativa uma velocidade estonteante que nos prende até ao fim,
Verônica Roth criou uma sociedade distópica, arrebatadora, onde o bem e o mal
caminham lado a lado, onde as emoções estão à flor da pele, onde a realidade é
tão diferente que ultrapassa os limites do imaginável.
Deparamo-nos com sentimentos
de dúvida, medo, escolhas, risco, coragem, descoberta e crescimento. Esta
sociedade vive para um ideal de perfeição difícil de atingir. Vive de fortes
vontades e de presenças subtis que marcam de qualquer maneira e que se tornam
essenciais e pertinentes. É interessante a forma de amar, a forma de encarar o
presente e o futuro, transmitidas pela autora, na pele dos jovens adultos desta
sociedade que se vêem obrigados a escolher entre facções, a abandonar as
famílias, quase que a renascer.
Num cenário magistral, com
personagens fabulosas, amplamente bem construídas em todas as vertentes, com
descrições que nos transportam para dentro da ação e nos fazem sentir a luta, o
medo, o terror, a dor, a crueldade, o amor, a lealdade e a vida e a morte de
todas as formas possíveis, “Divergente” é uma narrativa cheia de imaginação,
maravilhosa, com descrições e diálogos na medida certa que tornou, sem dúvida,
este livro num dos melhores livros que li dentro do gênero.
Com um final surpreendente, a
história deixa-nos com “água na boca” para a continuação que espero seja para
breve. Esta é uma leitura a não perder, não só para quem gosta de novas
realidades, mas para todos os que gostam de algo que faz pensar e refletir
sobre o que leram e sobre o que os rodeia!
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