Falta
segurança nas escolas públicas
Após o massacre na
Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, voltou-se a
discutir a questão da segurança nos colégios públicos. A equipe do Diário
visitou instituições municipais e estaduais da região e a situação encontrada é
preocupante.
Em dois dias, foram
visitadas 21 escolas. Em oito delas, foi possível circular livremente; a
presença da equipe do Diário só foi notada quando as repórteres finalmente se
identificaram.
Falta de
fiscalização nos horários de entrada e saída, pouca vigilância dentro e fora
das instituições e livre acesso aos corredores foram as principais falhas
observadas.
Nos demais
colégios, as repórteres conseguiram chegar somente até as secretarias, já que
funcionários barraram o acesso.
Em São Bernardo, na
E.E. João Ramalho, foi possível caminhar calmamente sem ser notado e ainda se
misturar aos alunos durante o horário de entrada.
Na Escola Municipal
Santo Dias da Silva, em Diadema, o portão permanece fechado, mas isso não
impede que estranhos consigam passear pelos corredores que levam às salas de
aula. O funcionário da portaria indica o caminho da secretaria, mas não
acompanha a pessoa, que pode andar por onde quiser.
Em Santo André, a
segurança foi driblada em três colégios. Na E.E. Antônio Campos Gonçalves a
desatenção é tamanha a ponto de a repórter conseguir entrar na instituição sem
ser percebida, passando atrás do funcionário que deveria vigiar o portão, mas
na ocasião estava conversando.
(***)
Funcionários melhor
capacitados, policiais fixos na porta das escolas, detectores de metais. Qual a
medida mais eficiente para garantir que alunos estudem em ambiente seguro?
Para o analista
criminal e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Guaracy Mingardi, é
necessário que o poder público trabalhe com vigilância eficiente e garanta
ronda escolar ágil para trazer a segurança de volta às escolas.
"Além disso, o
tempo de resposta da polícia em casos como o do Rio deve ser rápido",
comparou Mingardi. O especialista explica que o bairro onde o colégio está
localizado pode determinar o risco a que essas instituições estão expostas.
Quanto mais violenta a área, mas vulnerável será a escola.
Ainda segundo o
analista criminal, a presença de policiais armados na porta das escolas não é a
melhor opção. "Isso gera um ambiente opressivo. Adolescentes não gostam de
farda e, nesse caso, se criaria uma margem de conflito."
Fonte:
http://www.abseg.com.br/abseg/home/651-falta-seguranca-nas-escolas-publicas-.html
Texto II
Os
detectores
A
implantação de detectores de metal nas escolas públicas é uma discussão antiga
e polêmica. De autoria do deputado estadual Jorge Caruso (PMDB), o projeto de
lei 0325/1999 já espera há uma década para ser votado e prevê tanto a
instalação dos detectores na entrada de todos os colégios estaduais, assim como
a obrigatoriedade do uso do uniforme para os alunos e da identificação para os
professores e funcionários.
Segundo
Caruso, o projeto surgiu como forma de evitar que os estudantes levassem armas
para dentro das instituições, mas a ideia não foi bem aceita pela Secretaria de
Educação na época. "Eles entenderam que a instalação dos detectores de
metais tratava-se de medida muito radical e que não resolveria o
problema", explica. "Realmente acho que a ação não resultaria no fim
da violência, mas inibiria a ação das pessoas má intencionadas, dificultando
assim seu acesso."
Questionado
sobre se a possível implantação da lei causaria constrangimento aos alunos
assim como acontece com frequência em bancos, o deputado é categórico:
"Acho que isso não tem nada a ver. Os equipamentos se proliferaram e estão
por toda a parte. Eles podem, sim, causar constrangimento para as pessoas más
intencionadas."
Fonte:
http://www.abseg.com.br/abseg/home/651-falta-seguranca-nas-escolas-publicas-.html
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